sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Angústia.

Ela andara pelo parque correndo de todas aquelas crianças e aquelas cores. Ela crescera correndo de palhaços e vendedores de balões. Ninguém a entendia. Ninguém a ouvia gritar em festas de aniversário. Seu grito era mudo, mas seu olhar era claro. Não quero estar aqui, tirem-me daqui, libertem-me... Leiam meu olhar! Ela poderia ter em suas mãos o mundo, se ouvissem seu silêncio. Mas ela crescera sem ser entendida. Agora, ela decidiu não mais falar, nem por alma, nem por olhar... Ela decidiu escrever nas palavras o que o mundo não quer enxergar.